A continuação geral dos subsídios ao crédito tem de ser seriamente questionada. A liberalização das taxas de juro para empréstimos à agricultura permitiria aos intermediários financeiros rurais cobrir os seus custos operacionais. Poderiam então ser obrigados a operar como entidades financeiras que enfrentam restrições de lucro genuínas. As taxas de juro do mercado também podem encorajar os intermediários financeiros a mobilizar eficazmente as poupanças rurais. Isto os tornaria mais independentes de fontes financeiras externas, ao mesmo tempo que os tornaria responsáveis pela gestão dos seus próprios fundos. As taxas de mercado diminuem os incentivos ao clientelismo e às decisões arbitrárias, podendo assim ajudar a melhorar o carácter regressivo dos programas de crédito subsidiados. A experiência tem demonstrado que o preço dos empréstimos é um fator relativamente pouco importante para induzir os agricultores a contrair empréstimos. Muito mais importantes são os serviços atempados e os procedimentos simples de pedido e desembolso.
Permanece, no entanto, a questão de saber se a liberalização das taxas de juro dará aos pequenos agricultores acesso suficiente ao crédito formal. É de esperar que as taxas de juro liberalizadas diminuam a procura global de crédito, pelo que o acesso dos pequenos agricultores aos fundos deverá, em certa medida, ser melhorado. Os elevados custos de transação e a falta de garantias significativas, contudo, podem ainda os impedir de contrair empréstimos no montante desejado, pelo que poderá ser necessária uma intervenção a seu favor.